Em carta aberta à Ministra Tereza Cristina, cooperativas agrícolas e Sindicatos Rurais de 09 municípios da região médio-norte de Mato Grosso relatam preocupação com os custos dos insumos e o risco de que os prazos de entregas dos produtos não sejam respeitados. Eles pedem que o Ministério da Agricultura apure a prática de preços abusivos e o descumprimento de contratos antecipados de vendas dos insumos.
O documento destaca a apreensão de agricultores dos municípios de Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Vera, Tapurah e Cláudia que, juntos, produzem mais de 9 milhões de toneladas de soja e 13 milhões de toneladas de milho.
O texto cita que “diante do contexto global de escassez de produtos tanto tecnológicos, quanto de commodities agrícolas e minerais, alguns agentes econômicos estariam aproveitando para adotar condutas oportunistas, com objetivo de revisar preços já pactuados” e que, “fornecedores de insumos com dificuldades para atender aos pedidos comercializados e muitas vezes pagos antecipadamente, não têm oferecido pedidos substitutos para os produtores, descumprindo contratos de compra e venda e gerando prejuízos que podem atingir safras futuras”.
Entre os insumos, a carta cita atrasina, glifosato, imidacloprida e o diquat, molécula que tornou-se única opção após o banimento do paraquat pela Anvisa, cuja decisão também é questionada no documento.
Diante deste contexto, a carta sugere que o Ministério da Agricultura atue conjuntamente com demais órgãos técnicos e fiscalizadores “para que sejam apuradas as condutas apontadas, a fim de que os respectivos fornecedores de insumos se responsabilizem pela entrega efetiva dos produtos, nas condições, prazos e formas estabelecidos com cada produtor e ou cooperativa”.
Por fim, as cooperativas e sindicatos rurais também se colocam “à disposição para acrescentar detalhes, fornecer evidências e em ambiente de sigilo e momento oportuno, apontar as empresas para as quais requeremos célere apuração da conduta comercial”.
Confira a carta na íntegra: