Agricultura sustentável é apresentada na COP-26 por produtor de Mato Grosso

O consultor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), produtor rural em Mato Grosso, Ricardo Arioli, participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) na manhã desta segunda-feira (8/11), em Glasgow, na Escócia. No painel Agribusiness, Arioli falou sobre Agricultura Sustentável no Brasil.

O agricultor destacou a evolução da produção sustentável nos últimos anos, dando como exemplo a sua propriedade rural, localizada no município de Tangará da Serra, cerca de 250 km da capital mato-grossense.

Na explanação, Ricardo Arioli mostrou Mato Grosso, o maior produtor de soja do país, sendo responsável por 30% da produção brasileira, usando apenas 10% do território do estado. Na sequência fez um panorama desde 1987, ano em que sua família veio do Rio Grande do Sul para Mato Grosso, até os dias atuais. Na época, os produtores faziam apenas uma safra por ano, não existia ainda a produção de segunda safra na região.

No cerrado a lei determina que 35% da propriedade rural deve ser Área de Reserva Legal. Quando Arioli chegou em Mato Grosso, esse percentual era de 20%. Atualmente, na Amazônia, a Área de Reserva Legal de uma propriedade deve corresponder a 80%. Em outros países não existe essa exigência.

O consultor falou ainda sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes às Áreas de Preservação Permanente (APP), de uso restrito, de Reserva Legal, de remanescentes de florestas e demais formas de vegetação nativa. A inscrição no CAR é o primeiro passo para obtenção da regularidade ambiental de um imóvel rural.

Segundo Arioli, os produtores rurais são responsáveis por 33,2% da preservação ambiental do Brasil. “Essas áreas preservadas estão dentro das propriedades rurais. São as Áreas de Preservação Legal”, explicou Arioli.

A Embrapa divulgou no ano de 2018 que 476 bilhões de dólares foram investidos pelos produtores rurais brasileiros em Áreas de Preservação Legal dentro das suas propriedades. Nos últimos anos, o Brasil aumentou em 163% suas áreas plantadas, mas também elevou a produtividade em 213%, ou seja, o produtor brasileiro produz muito mais com menos área. Esses percentuais equivalem às últimas 20 safras de soja do país. “Esse é um dos conceitos que temos de sustentabilidade. Produzimos mais com menos”, apontou Arioli.

Para Arioli, o conceito de agricultura sustentável também deve representar valor de mercado aos produtos do agro. “Os produtores brasileiros fizeram a diferença nos últimos 10 anos desde que o Código Florestal foi aprovado. Nos últimos 20 anos o Brasil conseguiu preservar mais de 58 milhões de hectares. Dizem que nós produtores somos os destruidores da Amazônia, mas é o contrário, estamos ajudando a protegê-la no Brasil”.

Arioli falou também sobre as produções de baixo carbono, selo da soja de baixo carbono, que será lançado pela Embrapa no próximo ano, carne carbono neutro e biodiversidade.

A apresentação completa pode ser acessada no canal do Sistema Famato no YouTube:

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